A resiliência informática é a capacidade de garantir a disponibilidade do serviço prestado à empresa. É uma questão-chave que depende da redundância da infraestrutura de TI, da segurança e do armazenamento de dados.
A resiliência, palavra badalada, não é apenas uma moda, mas corresponde a uma mudança de paradigma, que se aplica não só aos sistemas de produção ou às infraestruturas de transporte, mas também à informática e às redes de telecomunicação, sobretudo porque todas as operações garantindo o bom funcionamento das empresas dependem de sua eficiência.
“A resiliência informática é a capacidade de garantir a disponibilidade do serviço prestado à empresa“, resume Christophe Bobin, gerente de negócios da Axians Communication & Systems Paris (uma empresa da marca TIC da VINCI Energies) e especialista do setor industrial, “o último setor a realizar sua revolução digital“.
Um sistema de informação deve, portanto, ser capaz de continuar a funcionar em caso de incidente (pane, desastre, pico de atividade, ciberataque, etc.). E acima de tudo, deve ser capaz de retornar ao seu estado operacional normal o mais depressa possível, com o mínimo impacto negativo.
A resiliência informática limita assim a duração da interrupção de atividade e as perdas operacionais associadas, garantindo a rápida restauração dos dados. Longe de ser apenas uma questão de cibersegurança, ela abrange uma série de medidas e ferramentas preventivas, desde a segurança física até a segurança jurídica, incluindo, é claro, a segurança informática e a cibersensibilização.
“A qualidade dos procedimentos implementados e seu respeito são a garantia de uma boa resiliência do sistema“.
A redundância, chave da resiliência
“A redundância e a capacidade de garantir alta disponibilidade da infraestrutura de TI são as condições para a resiliência de TI”, explica Christophe Bobin. Com recursos virtualizados de armazenamento, integração em redes e capacidades computacionais que podem ser gerenciados como um software, a infraestrutura definida por software (software-defined, SD) simplifica o gerenciamento do tráfego e a operação das infraestruturas de TI.
“A resiliência, baseada na redundância dos sistemas, quaisquer que sejam, assenta em dois elementos: a infraestrutura propriamente dita e a segurança da infraestrutura”, explica o gerente de negócios da Axians.
“Em termos de infraestrutura, nos últimos quatro ou cinco anos, graças à oferta SD, SD-Wan [Software-Defined Wide Area Network, terceira geração de rede] e SD-LAN [Software-Defined Local Area Network, rede empresarial local definida por software], o caminho dos dados é determinado pela solução de acordo com critérios predefinidos (tempo de resposta, disponibilidade de largura de banda, etc.). Isto torna o sistema mais confiável.”
O uso do SD-LAN nos últimos anos melhorou ainda mais a capacidade de resiliência das infraestruturas através de uma segmentação de ponta a ponta que separa o tráfego dos usuários, dispositivos e aplicações sem reestruturar a rede.
Cibersegurança e redundância dos dados
Mas para garantir a disponibilidade da infraestrutura de TI, é preciso protegê-la, particularmente em termos de cibersegurança. “Isto requer uma proteção interna contra phishing, por exemplo, com uma segmentação por tipo de equipamento (máquinas, autômatos, PCs, etc.) e uma análise de comportamentos anormais nas portas de switch“, observa Christophe Bobin.
O especialista ainda salienta a importância de garantir o armazenamento redundante de dados. “Os dados, que são altamente estratégicos para a empresa, também devem ser resilientes e, portanto, seguros em termos de seu armazenamento, com backup em diferentes mídias (data center de clientes ou parceiros, como Axians e data centers públicos, como Amazon ou Azure).”
Da mesma forma, a resiliência depende da qualidade da oferta de serviços gerenciados em termos de prevenção e manutenção através, por exemplo, de monitoramento remoto. “Este tipo de oferta nos permite antecipar avarias e assim ser mais ágeis, e portanto mais resilientes, assegurando uma melhor manutenção em condições operacionais“, afirma Christophe Bobin.
Por fim, não se deve negligenciar o último aspecto de acordo com o gerente de negócios: os processos internos. “A qualidade dos procedimentos implementados e seu respeito são a garantia de uma boa resiliência do sistema“. A palavra final cabe sempre às pessoas.
18/07/2022